terça-feira, 1 de dezembro de 2009

para voar não bastam asas, é necessário possuir equilibrio..
mesmo para sonhar é preciso ter a realidade do travesseiro

domingo, 29 de novembro de 2009

No infinito ar de desalento encontra a força propulsora para adiante e malvejando a cólera avassaladora de todas as força ganha as garras da sustentação
É na incomoda inundação das amarguras que se criam asas e se cortam raízes do desanimo, plainado sobre as superfície da dificuldade aterrizando sobre as bases da coragem.
Por isso, não se amaldiçoa os momentos insuportáveis, que, na maioria das vezes é não suportando que se encontra a fina fresta de luz que iluminará o caminho do futuro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Re-public-a-ndo

Re-public-a-ndo

Ando publica-ndo ou melhor re-publica-ndo expressões de liberdade
coisas que agora parece fora de moda, mas, no Brasil de outrora República era o avanço para o país ancorado pela Coroa potuguesa, para outros, entretanto, ser Republicano era ser traidor da coroa.

Na época, publica-r manifestos a favor da Re-pública ou até mesmo falar em público, já era motivo para prisão

Atualmente o povo se quer se sabe o que é Re-pública e também, não pode nem mesmo proibir  publicações  e manifesto contrarios ou mesmo a favor do governo,  ou de autoridade públicas.
O Brasil re-publica aqui a satisfação de ser República

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Não tenho a técnica da tua literatura
entretanto, não posso quedar-me
se minha lingua ofende teus ouvidos
feche os olhos, minha voz é minha escrita

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sabiá

O sábio sabiá quando canta encanta
tão lindo é seu canto, tão lindo.

Sabiá laranjeira de cor cinza,
passaro que gorgeia muitos cantos
não gosta muito de casa mudar
pois, é passáro que vive quieto
embora muitos cantos ele gorgeia,
e se inquieta quando muda
gritando em pios e cantos
sempre se batendo sempre lutando
para manter-se no seu lugar.


Acaso acasale treze são os dias
a chocar o filhote para vida
quando nasce ele também precisa
treze dias para depois sair a voar

Ao filhote não tente ensinar,
o lindo gorgeio do sabiá
que se ele aprende a tuitar
canta horas e horas sem parar
o mesmo pio, o mesmo canto
e logo não se pode aguentar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Não ponho o dedo na ferida porque não tenho desejo de que ela sangre, nem quero dela cuidar.

Moderação desobriga e não dá trabalho.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Condutor

T.res da manhã, o relógio toca, ele levanta
mal toma café, pega a marmita e já está de saida
é noite escura a cidade dorme quando ele acorda
é um de tantos que prepara a cidade para o dia
ele faz parte dessa gente que ninguém vê
que leva e traz a multidão para a coisas da vida

A condução de trem ou do metrô
ou o onibus que lota desde o inicio da manhã
o condutor ou motorista faz parte da vida
de muita gente que sequer os reconhece frente a vista
mas, é gente que leva um dura vida
sorrindo desde as tres da manhã

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

- Olha seu juiz, eu tenho meus direitos!
- Maria colocou uns belos galhos na minha cabeça, e eu me senti humilhado, e agora o senhor diz que tenho que dividir tudo com a sem-vergonha e que ainda tenho que ajudar nas despesas dela?

- Sei que ela cuidou de mim e dos pequenos durante toda a nossa vida, mas, o senhor tem que levar em consideração que agora não vai ter mais filho para ela cuidar, ja que são todos adultos e não é justo ela ficar na casa, q,ue foi nossa de barriga para cima ganhando o dinheiro que eu vou ter de suar para ganhar, afinal foi ela a culpada de eu ter saido de casa, afinal, os chifres que ela me deu não vão servir de troféu para meus vizinhos.

- Entenda seu juiz, se eu a trai, também, foi porque ela não se cuidou e engordou feito uma porca, enquanto eu sempre mantive o peso que tinha quando solteito.A barriga é das cervejinhas nos fins de semana.

- E meu orgulho ferido seu juiz? Se bati nela é porque ela me traiu, e não adianta ela dizer que era troco de tudo que fiz para ela, porque eu sou macho.

- Mas seu juiz.... cadeia não.. e esse tal de dano moral.. vai me deixar falido!

- Tudo bem seu juiz.. tudo bem.. Melhor pagar as despesas dela do que ser macho na cadeia.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Deus mostra sua grandeza nas pequenas coisas
É Natal
Natal é todo dia.
O natal esta chegando
papel de presente, fitilhos,
peru, ameixa, figo, caixo de uva
familia, amigo secreto, namorado, amor
cartões de natal, lembrancinhas, transito ruim,
crianças sonhando, 13º salário, troca de mensagens
tudo para a noite de natal, noite de amor, de esperança,
o natal de um dia, é soma das atitudes dos dias do ano todo,
é a amizade, a mão estendida, o carinho, o esforço, a caridade.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

criança de rua

ao longo dos suaves fios lisos
ao encontro do ombro bem torneado
pode se ver a imagem distraida e bela
da criança de olhar esfomeado

sentada ao longo da praça central
da cidade de movimento enervante
nas mãos sujas não há alimento
só um saco de cola alucinante

invisivel a todos que passam a volta
não tem passado e não enxerga o futuro
só vive, na fome do presente viciante
da criança sem pais, sem país, sem mundo

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Metrô e a cidade limpa

A lei da cidade limpa não é para todos?
Desde a sua publicação muitos foram os protesto sobre a nova lei que obrigou o comércio da cidade de São Paulo a arrancar placas, painéis de publicidade e todo tipo de publicação comercial adaptando-se a lei da cidade limpa.
Poucos não foram os prejuizos financeiros decorrentes desta nova lei.
Há empresas de publicidade que tiveram de cerrar suas portas por falta de clientes.
O tempo passou, a cidade ficou de visual novo, entretanto, esta lei não mexeu com o cotidiano publicitário do metrô, seja, na instalações internas como também, nos próprio vagões que circulam pela cidade.
E fazemos nossa pergunta: a lei não é para todos?
Ficamos esperando a resposta do governo municipal.

Suzana

Julinha

Vem doce criança
de olhinhos brilhantes
ilumina a vida dos pais
da vida a nossa vida

Inocencia e pura beleza
sequer balbucia alguns nomes
mas, produz alegria e esperança
é luz, é força em corpo de criança

Vem, cresça assim sorrindo
que seu sorriso contagia
celebra o ritmo da vida
viva sempre assim com alegria

Vem Julia
Que Deus a abençoe

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O tempo e a memoria

Nem tudo que se faz para a lembrança,
pois, o tempo e a memória são passageiros

De que adianta o retrato, não há a quem mostrar, o almoço,se não há como repartir.
O tempo dispara no relógio da vida, que embora cheia de sonhos para realizar,
não são os sonhos que fidelizam o amparo e o amor da familia que ao futuro se conduz
Buscar nos sonhos o amparo futuro é idealizar na familia o amor, sem saber amar.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quem dera pudesse flutuar
nas ondas do mar azul
pra levar aos seus ouvidos
o som do meu coração

Quem dera pudesse ainda
na imensa onda dessa paixão
navegar até aportar com alegria
nos braços do meu amor

Contudo só posso sonhar
pois para longe a paixão se foi
agora só resta lembrança
dos dias de muito amor

Marinheiro...quem dera...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fechou a porta e saiu.
Esqueceu o retrato dos anos que fora feliz.
Deixou o casaco que lhe aqueceu por tanto tempo e os sapatos que sustentaram tantas vezes os seus pés.
Nem lembrou do pequeno chale que abraçou nos dias frios, só levou a carteira com o dinheiro, pois, quem sabe poderá comprar tudo novo. Fechou a porta e saiu de vez.
Certeza do amanhã são como nuvens de algodão.
Tristeza e alegria, tão diferentes, caminham unidas.
Como  o futuro não se sabe se é firme e certo
melhor preencher com tudo que é possivel na vida

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar

No mundo graves tormentos;

E, para mais me espantar,

Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado.

Assim que, só para mim,

Anda o mundo concertado.



Camões
Passarinho no alto da colina a piar clamando uma comida
Alertado o gavião que voou e sua direção e o comeu.

Moral da história: cuidado quando quiser chamar a atenção

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A inconstancia de atitudes demonstra muitas vezes um desequilibrio do individuo. A constancia idem.
Nas suas edições, se pretendes atingir um objetivo, que o faça, mas, ao menos garanta atingir uma faixa de publico, pois, pode ocorrer que somente uma pessoa entenda o que escreveu, ou seja, voce mesmo.
Leitor não lê pensamentos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

perdi um pé, senti-me manco... descobri como são lindas as minhas mãos
TWITTER
a nova onda tecnologica
alguém sabe quais os perigos que acompanham esta tecnologia?

Já estou conectada!!
Viver não é pecado


Postado por Paulo Coelho em 26 de outubro de 2009 às 00:22

O rabino Elimelekh havia feito uma bela pregação, e agora voltava para sua terra natal.

Para homenageá-lo e mostrar gratidão, os fiéis resolveram seguir a carruagem de Elimelekh até que ela saísse da cidade.

Em dado momento, o rabino parou a carruagem, pediu que o cocheiro seguisse adiante sem ele, e passou a acompanhar o povo.

“Belo exemplo de humildade”, disse um dos homens ao seu lado.

“Não existe qualquer humildade no meu gesto, mas um pouco de inteligência”, respondeu Elimelekh. “Vocês aqui fora estão fazendo exercício, cantando, bebendo vinho, confraternizando uns com os outros, arranjando novos amigos, tudo por causa de um velho rabino que veio falar sobre a arte da vida. Então, deixemos minhas teorias seguirem naquela carruagem, porque eu quero participar da ação”.

Thais.
Beleza significante.
Traz na aura o carisma de sua alma.
Criatura doce, com tonalidade infantil em corpo de mulher.
na flor do meu destino encontrei um espinho

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A CASA

a casa é sustancia do que se precisa
é simples e necessário para abastecer as atitudes
o  inicial da vida, porto de descanso e do fraterno,
talves sem brilho mas, é vida, esta é a casa.

A fome do exagero não faz parte da casa
nem tampouco o "eu preciso" sem poder
porque mesmo podendo não é mais a casa
é tu mesmo que precisa e de quem falas.

No avanço da arquitetura da vida
com divertida cultura e festança
tudo é bom, nada falta, é divertido
mas, o recanto do descanso é na casa .

Não tem porta,  parede ou cortina
nem cadeira, sofá ou botijão
mas protege na dor que vive à vida
é a casa edificada no coração.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009


Mágico e ao mesmo tempo real é o circo da vida, pois, até o palhaço ou o trapezista fazem o riso por dinheiro.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O incomensuravel dever nas relaçoes familiares tem, em verdade, inicio e fim, dependendo da conveniencia, que, uma vez suplantada, inibe afeições.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Trabalho é ferramenta para o alimento do corpo e da alma
É fécula que impulsiona o crescimento do homem e da nação,
mas, o que abastece verdadeiramente os silos da vida é o amor,
amor próprio, amor ao próximo, amor a vida, amor até pelo dinheiro,
pois, sem amor, não há a coragem de seguir adiante,
sem amor o trabalho é instrumento de opressão.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pior que morrer... é viver para ver morrer quem amamos.
Pior que morrer ...é viver morrendo.
Pior que morrer é não viver, mesmo estando vivo.
Pior que morrer... é estar morto no corações de quem amamos.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nove horas e o transito já fervilhava lá fora.

Monica, olhava pela janela e  mal respirava observando aquele homem em pé diante do prédio.
Havia chegado há 5 minutos, parecia aguardar o ponteiro bater nove horas, pois, olhava insistentemente no relógio.
Moreno, cerca de 1 metro e oitenta, havia chegado com um jovem rapaz, que de repente sumiu para dentro do prédio.
Monica continua observando da janela do 4º andar aquele homem que parecia tão bonito.
De repente uma voz:
- Dra. Monica?
Era o jovem que viu chegar com o homem lá embaixo.
- Sim, quem pergunta?
- Desculpe, meu nome é Jorge, sou assessor do Sr. Wilson Monterey, ele nos aguarda em frente ao prédio.
- Mas já!!?? Ah..! Desculpe Jorge.. Ah... sim.. o Sr. Wilson Monterey...um momento.!
Monica atrapalhada se afasta da janela, abre a gaveta, pega um pacote com varios documentos e sai acompanhando o rapaz.
Ambos descem o elevador em silencio.
Monica foi pega de surpresa, não esperava que seu compromisso chegasse tão cedo. Além de que não gostava de ser supreendida, ainda, mais quando estava tão absorta observando tão distraidamente um homem que nem imaginava estar aguardando por ela.
Como iria imagina que aquele homem que lhe chamou a atenção, seria o esposo de sua cliente.
Sentia-se desarmada.
Chegando ao saguão do prédio visualizou novamente aquele homem. Agora de perto. Era como parecia do 4.º andar. Alto, moreno, feições fortes, pele bonita.
- Bom dia Dra. Monica. Perdoe chegar cedo, mas, o transito a esta hora é ruim e hoje promete ficar pior, já que amanhã é feriado e outros compromissos apertaram a minha agenda. Não se importa de resolvermos esta questão agora? Tem algum compromisso?
- Bom dia Sr. Wilson. Não tenho compromissos hoje. Não há problema algum para mim, nem mesmo quanto a audiencia, pois como é consensual, pode ser realizada a partir das 10:00 hs, o contratempo se dá somente quanto a sua esposa, pois, marcamos  o compromisso para que se dê próximo ao horário de almoço dela, a fim de evitar problemas no trabalho, não sei se ela concordará com o adianto da hora, de toda forma trouxe a minuta do divórcio para o senhor analisar e assinar.
- Ok. Já falei com Marli e ela esta nos aguardará.
Monica entrou no carro e se sentia ainda estranha, intimidada. Tentou relaxar enquanto Wilson lia a minuta.
- Dra. Monica, posso chama-la de Monica?
- É claro! - respondeu ela.
- Os itens estão conforme o pré-estabelecido, entretanto, tenho duvidas quanto as despesas e os procedimentos das doações descritas na partilha, bem como ao registro dos bens, e suas consequencias.
Monica foi explicando todas as formalidades, e a cada palavra sentia-se cada vez mais desconfortavel, pois,  sentia os olhos dele pousado ora em sua boca, ora em seus joelhos.
Conhecia a fama de galanteador, pensou estar preparada para conhece-lo, não imaginava que aqueles olhares a constrangeria de forma tão contundente.
Ficou aliviada quando o carro parou em frente ao forum.
Marli já os esperava em frente ao Fórum. Seguiram para a sala dos advogados onde após analisar o documento, ambos assinaram e os tres seguiram para o corredor em frente a sala de audiencias.
Monica se encarregou das formalidades junto ao cartorio e em pouco mais de 30 minutos o Sr. e a Sra. Monterey já estavam legalmente divorciados.
Monica respirava aliviada.
Na saída do átrio, quando se despedia do ex-casal,  Wilson convida as duas para almoçarem, momento em que Marli agradece, mas, precisava retornar ao trabalho, entretanto, pediu que Monica o acompanhasse, assim, aproveitam para acertar os honorários.
Mais uma vez Monica ficou desconfortavel. Agradece com um sorriso tremulo e adentra novamente ao carro junto com o elegante cliente em direção ao restaurante designado a Jorge.
No carro, Wilson parece ainda mais encantador. Durante o trajeto falou  sobre flores que gostava de cultivar, perguntou qual Monica mais gostava, ao que respondeu serem as Tulipas.
Parecia que ele estava querendo mostrar sua sensibilidade a ela, que só não tomou como um flerte, pois, ja estava demasiadamente nervosa com a presença tão próxima daquele homem.
Mal o carro estacionou em frente ao restaurante e Wilson já estava de pé ofertando a mão .
Monica ao descer do carro, se viu obrigada a aceitar a mão estendida. Nervosa, sentiu o calor emitido pela fortes mãos e braços que a seguraram quando desastrosamente enganchou o salto no vão do estribo do carro.
O destino parecia haver reservado o dia para deixar a moça sem ar.
Monica agradeceu e se desculpou tentando se livrar do braço dele que insistiu em segurar-lhe até o momento em que chegaram dentro do restaurante.
-Voce está bem agora?
Monica limitou-se a sorrir.
Durante a refeição falaram sobre o honorários,  combinando o dia seguinte para o pagamento no escritório dela.
Monica, a pedido de Wilson, entregou um cartão com seu telefone e endereço comercial e seguiram de volta ao escritório dela.
Até chegar lá, Wilson parecia a vontade, rindo solto sobre pequenos comentarios engraçados.
Seus olhos brilhavam quando falou de seu trabalho e de uma viagem a Europa, o que o tornava mais bonito.

Em frente ao prédio, ao se despedir, abraçou-a como uma velha amiga, fazendo soar o beijo estalado em sua bochecha, o que a enrubeceu.
Ela sabia que a partir daquele dia não conseguiria mais exigir uma postura formal, mesmo assi, apertou-lhe a mão formalmente, a lembra-lhe que tinham somente uma relação profissional.

- Meio-dia, porque é que eu não marquei um determinado horário?
Já havia mais de uma hora que Monica encontrava-se inquieta, levantando-se todo momento, espiando pela janela a frente do prédio.
-Será que ele virá?
-Está falando comigo Dra. Monica? - responde Malu, a secretaria
- Não Malu, perdoe, estou pensando alto.
- Posso ajudar em alguma coisa? respondeu Malu
- Não.. Não.. só me diga, alguém ligou antes da minha chegada?
Com a negativa, Monica ficou ainda mais inquieta.

Olhou mais uma vez no relógio, o estomago denuncia o horário do almoço.

Resolveu sair para almoçar pedindo a secretaria que transferisse as ligações para o celular dela, pois, havia uma ligação importante que ela não queria deixar de atender.
Não especificou qual a ligação para evitar comentários.
Desceu  impacientementeos de elevador os quatro andares que a separavam do andar térreo.
Quando a porta do elevador se abriu no Hall do prédio, na sua frente estava, num lindo terno preto, com um discreto, mas, formoso ramalhete de flores, Wilson, que sorriu ao ve-la.
- Ola Monica - disse Wilson.
E completou:
- Como voce está linda! Para combinar com voce trouxe estas lindas tulipas.

Monica surpresa não sabia o que dizer. Só a cor de seu rosto denunciava seus sentimentos.
Pegou o ramalhete e pediu que o recepcionista encaminhasse ao escritório dela para que a secretaria colocasse em um vaso.

-Perdoe se aturdi voce. Disse ele.
- Pensei ligar avisando que a esperava aqui no saguão, mas, certamente não veria voce tão espontaneamente rosada como agora. Esta cor a deixou mais linda.
Sem esperar resposta guiou-a para fora do prédio enlaçando-lhe o braço.

Caminhou silenciosamente ao seu lado por cerca de duas quadras, quando Monica, como que saindo de um  torpo, perguntou para onde se dirigiam.
- Ah...! vamos ao FRED`s, voce conhece? É um lugar muito bonito, alí na outra quadra.
- Este restaurante possui uma cozinha excepcional e é de um excelente atendimento.
Monica estava espantada.
Como um homem que conheceu ontem poderia dominar toda uma situação envolvendo-a desse jeito, justamente ela que não permitia impessoalidade nem com os parentes.
Durante a refeição Wilson conversava com Monica sempre de forma descontraida, ela ao contrário estava tensa.
No final da refeição Wilson pergunta se ela alguma vez sentiu por alguém algo como ela estava sentindo agora.
Surpreendida com a pergunta Monica engasga e com uma sacudida derruba o copo de bebida sobre a mesa que escorre sobre a camisa de Wilson e respinga sobre sua saia.
Com tamanha confusão, trata de pegar sua bolsa, vai em direção ao toalete, olha para traz vê  Wilson atrapalhado tentando limpar a camisa, quando Monica, ainda chocada, sai do restaurante sem que ele perceba e vai embora.
- Que ousadia!!! - retruca ela com um soco no ar.
-Quem ele pensa que é?? - resmunga
Monica resolveu tirar o resto do dia de folga, temendo ir ao escritório e acabar por encontrá-lo.
Desligou o celular e foi para casa.

Uma semana ja havia se passado após o infeliz episódio.
Cada vez que o telefone tocava Monica ficava em estado de alerta.
-  Dra Monica?
- Fale Malu - disse ela com ar de distração, escondendo o nervosismo.
- A Sra. Marli ao telefone.
Monica sentou um calafrio.
- Passe a ligação - disse Marli.
Antes de atender, respirou fundo para espantar o nervosismo.
- Dra. Monica? aqui é Marli, como vai?
- Vou bem, obrigada. Que prazer falar com voce Marli - respondeu Monica
- Estou ligando a pedido de Wilson. Ele disse que até o momento não acertou os seus honorários, pois, a Dra. o abandonou no restaurante, sem dizer nada, e disse mais, disse que sua secretaria insiste em dizer que não está e seu celular parece estar sempre desligado.
Monica fica em breve silencio, procurando uma resposta plausivel.
-  Desculpe Marli, foi uma tremenda confusão. O Sr. Wilson marcou o dia seguinte a audiencia para acertarmos os honorários durante o almoço. No almoço, engasguei e desastradamente derrubei a bebida sobre a mesa, molhei toda minha roupa e indo ao toallete, me dei conta que estava em cima da hora de uma audiencia, precisava me trocar, não havia tempo, então sai correndo, troquei-me no escritório e corri em direção ao Tribunal para a audiencia que se alongou até o fim do dia.
No dia seguinte fui para o interior, pois, tenho uma parceria em outro escritório. Retornei agora pela manhã.
- Ah..! Entendo. Então posso pedir para Wilson telefonar e marcar para acertar seus honorários.
- Não se preocupe Marli. Minha secretaria já esta em contato com o escritório do Sr. Wilson para fazer o acerto. Agradeço sua atenção.
Malu olhava para Monica assombrada.
Assim que desligou o telefone Monica disse a Malu:
- Nem toda verdade é benevolente.
- Dra. Monica, mas e quanto aos seus honorários?
- As vezes é melhor perder, ou deixar de ganhar, economizamos.

Mal o dia havia terminado e Malu anunciava uma nova ligação de Marli.
- Dra. Monica. Desculpe incomodar novamente, mas, a Dra. poderia tomar um café comigo no final da tarde? Marli, sabe o que é...
Marli interrompe dizendo não aceitaria um não como resposta.

Eram 18:30 hs quando Monica sentada em uma mesa do Café Brasil na calçada da avenida Paulista quando avistou Marli. Levantou o braço acenando quando percebeu ao lado de Marli, Wilson.
Uma mistura de raiva e surpresa embranqueceram sua face.
- Nossa Monica! Voce esta branca,disse Marli.
- Desculpe, posso chamar voce de Monica?
- Claro.. claro.. Sentem-se.
Boa tarde Wilson.
- Boa tarde Monica.
- Monica, Wilson resolveu vir junto quando disse que havia marcado um café com voce.
- Sem problema - respondeu Monica.
Marli continuou dizendo:
- Wilson havia falado a mim sobre o episódio do restaurante, falou sobre os honorários, mas, foi reticente. Como senti que havia algo errado, pois, conheço voce pela sua benevolencia e preocupação com seus clientes e amigos, estranheir que havia saido do restaurante sem nada dizer, então, liguei para voce para ver se descobria alguma coisa, mas,  fiquei ainda mais intrigada ainda com sua resposta.
Então, logo após desligar o telefone, resolvi apertar Wilson,  quando descobri que ele havia sido deselegante com voce e por isso marquei este café para me desculpar pelos modos de Wilson. Entretanto, ao comunicar a ele o que iria fazer, ele mesmo resolveu vir se desculpar.
- Ah... não se preocupem está tudo bem.- Disse Monica

Wilson, que até o momento não havia dito uma só palavra, olhou para Monica e disse:
- Perdoe Monica. Sou um brincalhão. Minha fama não faz jus as minhas intenções. Meus galanteios são inocentes. Falo do fundo do meu coração.

Monica não sabia o que dizer.
Sorriu e levantou a xicara como em um brinde.
- Brindemos a saude e as resoluções.
Encerrar o assunto sem ter que discuti-lo,era especialidade de Monica.

Após brindarem, Monica estendeu a mão apertando a mão de Wilson e se desculpou dizendo que tinha um cliente para atender, pedindo que assim que ele pudesse ligasse para marcar um horario "no escritório" para acertarem os honorarios.

(continua...)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Levantando os olhos, viu-se refletida no espelho..Mudara muito.. hoje muito mais velha.. o corpo já não atraia, a bela silueta tão formosa de outrora se fora, e também as forças, hoje esgotam a poucos atos, mas, ela não se permitia fracassar.
Quando jovem mocinha, fugiu de casa, vindo morar na pequena cidade praiana. Lá por volta dos 25 anos conheceu o grande amor de sua vida, com ele casou e teve tres filhos, que acabou criando sozinha, pois, no jardim de sua vida, o seu grande amor não era flor que se cheire.
Teve outro amor, que perdeu para uma mocinha mais jovem, sofreu, mas resistiu e seguiu a vida a frente, afinal, ela não tinha tempo para bobagens.
Depois de duas desilusões, desistiu de amar, homens para ela não serviam para nada.
Nunca foi a bailes ou mesmo frequentou bares, casa de amiga então, não podia, saia cedinho de casa e só voltava quando a noite ja havia chegado.
Sua vida sempre foi sua casa e seu trabalho.
Batalou a vida inteira, nunca ganhou nada de graça, mas, enfim criou os filhos, hoje duas são advogadas e o filho, que apesar de estar quase cinquentão, corre ainda, atras de um bom diploma, mas, trabalha e muito.
Não tem um dia, nestes 75 anos de vida, que tenha sido desonesta ou tenha tentado tirar vantagem de alguém.Coloca, todos os dias a cabeça no travesseiro e dorme sossegada.
Não tem ambições, somente deseja passar o tempo que lhe resta tranquila.
Assim, a imagem, que vê refletida, apesar da quantidade de rugas é de alguém, que viveu com pouco, mas, nunca foi infeliz.
Quem dera todos pudessem viver assim, mas para isso é preciso ser como ela, humilde.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Olhos azuis espreitam através da folha da janela
respirando vagarosamente, aguardando o momento adequado
Eis que a pequena Senhora, com bolsa a tiracolo se aproxima,
num solavanco ele lhe agarra!
- Oi vovó vai passear?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Foi um grande tombo, tudo parecia girar não havia percebido o pequeno degrau
pior não foi a dor da queda mas os hematomas que se seguiram

Levanta cuidadosamente, a pressa pode derrubar mais que a intenção
suavemente vai se recompondo, de vez enquando uma dor, nada tão intenso
que o tempo não amenize.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ingratidão na vida aurea
primeira vez reflete dor
imperfeição também prevista
outras vezes não tem valor

saber tudo não valora
o pouco saber merece labor
reflete sabedoria nos atos
minora ignorancia no amor

Talves jamais haja reflexão
na ardua destruição insana
porém refazer  investida
acende, malgrada, inflama

aquieta anos vindouros
enche de amor a pança
mas não esquece nunca do dia
da mão, da força, da lança

a natureza reserva mudança
experiença minora imprevisão
as vezes devolve a lança
nas mãos de uma paixão

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Gravidez

Hoje a caminho de uma audiencia observava no vagão  uma moça gravida negando o gesto fraterno de um senhor que teimava dar-lhe o lugar embora ela não quisesse aceitar.
Minhas costelas reagiram à visão daquela enorme barriga, como a lembrar-se das sensações de outrora. Não que fossem dores horriveis, mas, uma sensação as vezes incomoda e ao mesmo tempo reconfortante, na verdade uma mistura enorme de sentimentos e sensações, uma felicidade as vezes dolorida, pelos pequenos empurroões nas costelas e no corpo, refletidos sob a pele.
É a espantosa mãe natureza que faz vida, permitindo um corpo gerar outro corpo.
Sensações que não se pode medir,  tudo envolto na ansiedade de saber o resultado final: menino ou menina?
É uma época maravilhosa de se viver. É o tempo de ser o centro das atenções entre amigos e familiares, das conversas sobre o bebe, enxoval, escolha de nomes. É o tempo que pessoas estranhas voltam-se com o olhar terno e ao mesmo tempo respeitoso.
Um tempo em que o corpo e os sentimentos se transformam e se moldam à chegada do pequeno ser.
Um tempo que não se acaba, mas, que se transforma e se guarda, para de tempos e tempos ser lembrado, enternecendo-nos mais uma vez.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Vedes criatura o quão sofridos são os sentimentos que envolte-te n'alma,
as vezes pelos inimaginaveis seres d'outro mundo que insistes desconhecer nas lições contidas,
outras vezes pelas duras palavras do amor que tu devolvestes ao mundo sem que ele quisesse,
outras tantas pela realidade imponente das obrigações do mundo.
Será que o sofrimento tem origem nos extrospectos da própria vida ou no introspecto de ti mesma.
Consegues olhar para dentro de si e reconhecer a fonte?
São as duras palavras daquele que emocionam ao sofrimento ou é a visão de ti mesma reconhecida nelas ou insistirá nas desculpas dos discursos que proclamas para convencer-te?
Não nega a ti mesmo que as inconsequentes atitudes no afã de provar a si mesma que "podes"te leva a descobrir que podendo tu perderás aquilo que tinhas e jamais terás de novo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mal sai do ambiente de confraternização em que ela recebia amigos no lançamento de mais uma de suas criações, sentada no carro rumo a Santos pensava em algo bacana para dizer a ela pouco antes de sua viagem a Europa.
Passando pelas sombras que pousavam no meu colo vindas da Serra do Mar escrevi na contra capa do livro lançado por ela, único local possivel para gravar o que mais tarde pensava dizer-lhe, e escrevi:
"Perdoe se em seus sonhos não a insuflei a voar nas asas do impreciso.
Perdoe também, pelo atos de fato ou mesmo pelos contidos ou omissos,
pudera voltar atráz, mas, certos que de alguma forma, sem destruir te fez crescer.
És mulher, pequena, forte e altruísta,
escritora, menina e filha a avançar no infinito
cheio de aventuras ou desventuras,
crescendo, mais e mais, até que mesmo a mulher
de futuro claro e preciso volte, e retorne ao colo de mãe".

Bah! nem deu tempo de passar a felicidade de uma mãe pela felicidade de um filho.
Sou só tristeza.
Hoje, morri.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

represa ou banhado, praia
casa de pau a pique, palácio
feijão com farinha, banquete

É a felicidade que uns não ousam sentir.
É a vantagem do desprendimento.
É liberdade!
Saltei de uma ambiente a outro à velocidade que as palavras foram surgindo. A medida que meus ouvidos captavam-na minha mente feito um flash-back me levou as profundas aguas daquele rio, imediatamente minha respiração pareceu retroceder a ofegante agonia dos malditos minutos que pareciam horas.
Estremeci.
Andrea havia avisado que a leitura da mensagem mediunica requereria de mim preparo, não imaginei o quanto.
As palavras de minha mulher, que morreu afogada que há alguns meses, me levaram de volta ao momento do afogamento. Olho para os lados e só vejo água, não respiro, minha mente parece dominada. Me debato procurando um apoio. Como será que consegui me salvar naquele dia.
A pergunta parece latejar na minha cabeça.
Porque preciso saber disso?
Tento lembrar, mas as águas parecem fogo na minha garganta. Tudo arde dentro de mim.
Como consegui me salvar e Helena morreu? Como?
Mais uma vez tento respirar. Engasgo, as aguas inundam meu pulmão. Me debato para emergir, tento fugir deste transe. Tento lembrar.
Lembrei!
Respiro fundo. O ar parece ter voltado aos meu pulmões.
Lembrei!
Eu morri naquele dia.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

lamentos de um morto apaixonado

famintos sonhos de amor e de beleza d'alma
fulguras teu reflexo nos olhos de perdurante flor
levanta alma querida e levas meu canto de dor
foges da tristeza elameanta da morte,
pois és vida, lirio em cor, abre-te petala querida,
sorrias à vida, óh meu amor!

A angustia da morte, lágrimas de dor
foges da triste lamentação
pois teu interior de flor tão querida
segue vida pulsante ante o destino
que reserva-te o mundo nada sombrio
acordas, sorria, óh minha vida!

Encontrei a tristeza da distancia
dos braços queridos e do teu amor
mas tua singela face lacrimosa
me arranca lembranças dos sorrisos de outrora
óh alma querida, minha adorada
porque tens medo, porque choras?

quão longe ainda segue esta distancia
e de um grande amor tornarei lembrança
não detenhas os lampejos da vida
pór teu amor que seguiu na morte
revive na distancia óh alma querida
te amando agora muito mais forte.

Suzana Martins
1998

segunda-feira, 11 de maio de 2009


todo mundo diz que tem, mas, basta estar atrasado em dia de trafego intenso, tomado pelo nervosismo com a alta conta de cartão de crédito, irritado com o celular que acabou de espatifar no chão, ou após os gritos da ex-mulher porque a pensão atrasou, que a gente esquece o que é fé.

Uns acreditam que fé é juntar as mãos e orar
outros acham que acendendo velas possuem fé
tem que vá a missa para ouvir o padre declamar as lindas lições do Cristo
pois assim provam a si mesmo que possuem fé


É acreditar. É crer no bem acima de tudo.
A fé não precisa de identidade, nome, rosto ou religião
Fé é crer que as dificuldade são pontes para um bem maior
Fé é saber que vai vencer.
O onibus se move em direção ao destino
Entra pela porta traseira o cego com uma criança
mal inicia a falação a convencer os passageiros a doar uma moeda
uma velha com um bebe no colo passa colocando um pacote de bala
com o intuido de vende-lo.
Cena típica e diaria nas tristes ruas de São Paulo
A mendicancia é a maior das escolas é o comércio sem o produto
Comprar o pacote de bala é manter o comércio clandestino
sem qualidade, sem tributo
O interessante é o velho motorista alheio a tudo e
conivente na manutenção do tipico cenário
qualquer um pode ser ambulante ou pedinte no trafego de São Paulo
não se cobra passagem. sequer há fiscalização
e saem o cego e a velha após angariarem alguns trocados
Amanhã em horário diferente ou em outra linha
lá estarão eles no comércio clandestino
financiados pelas companhias de onibus de São Paulo

domingo, 3 de maio de 2009

boca

boca,
porta do sussurro ao grito
emanação do sorriso e da dor
sem o lastro do equilibrio
é desatino, é desamor

insustentavel féu de ciume
o miseravel traduz o amor
na voz do ilustre artista
é pranto, é alegria, é fervor

o orador se faz ouvido no céu
do politico se ouve o clamor
a boca da mãe que chama o menino
no medo da morte, grita o horror

da boca é malicia
com beijo e calor
a gota que traz vida
a vacina, a comida, louvor

a boca afirma e nega
canta e grita
sauda e condena
a boca é vida.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Malvadeza e Caridade

Malvadeza era o apelido do Manoel padeiro.
Não porque era mal, mas porque tripudiava com as mulheres feias da cidade.
Era só passar uma mulher feia, e logo malvadeza passava a contar piada de mulher feia.
Um dia malvadeza se apaixonou e casou.
A cidade chama a noiva de Maria Caridade.
Não porque é caridosa, mas, porque só por caridade Maria poderia casar com o feio do Malvadeza.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A janela batia, as ondas de vento pareciam ser portadoras daquela sensação gélida que havia tomado conta de Maria.
Não podia acreditar. Jamais havia passado pela cabeça que sua filha podia agir desta forma. Nem mesmo seu marido, se é que podia chamá-lo por este titulo.
Mal havia passado 30 segundos do momento em que recebeu a noticia, mas, na sua cabeça parecia ter revivido anos. Conseguiu visualisar todos os anos em que viveu com Charles, pequena palavras, pequenos gestos, pequenos olhares.
Como fui tola, pensou. Burra.. burra.. como não vi o que estava diante dos meus olhos?
Caiu sentada na poltrona.. estupefada diante de seu enteado, o portador da noticia.
Charles e Joana haviam fugido.
A dor era estranha, uma mistura de raiva e de ciume. Parecia que ja esperava qualquer atitude horrivel de ambos, por isso, nem era decepção que sentia, era raiva.
Estava espantada, porque, embora parecia preparada para uma traição, ambos a trairam para ficar juntos. Isso jamais havia passado por sua cabeça. A própria filha com o marido.
Joana, filha de seu primeiro casamento, possuia 10 anos quando Maria foi viver com Charles. Era uma menina. Charles a tratou como filha desde o principio, como poderia mudar agora passados 15 anos?
-Ran..ran - pigarreou Luciano para lhe chamar a atenção.
Maria se assusta, parecia dopada.
Ela enxuga os olhos, respira fundo e se prepara, pois, sabe que noticia ruim nunca vem sozinha.
- Desculpe Maria, estou tão espantado quanto voce. Quando meu pai me ligou, fiquei tão feliz, pois era grande a preocupação. Foram dois dias de sumiço. Entretanto, quando ele relatou os acontecimentos fiquei tão espantado quanto voce. Jamais podia imaginar que ele e Joana fosse capaz de trair voce. Eu sinto muito.
Maria esboçou um sorriso de agradecimento e pediu que ele contasse tudo.
- Maria, não bastasse ser incubido de trazer tão péssima noticia, ainda há coisa pior. Ele e Joana venderam tudo o que podiam, e meu pai retirou todo o dinheiro da aplicação, tirou dinheiro da sua conta venderam o carro que voce deu para Joana e o apto da praia . Só não venderam esta casa e o sitio em Pindorama.
- Maria, continuou Luciano - Ele sabe que não há perdão para tudo o que estão fazendo com voce, mas, disse que não poderiam sobreviver sem dinheiro, até que pudesse arrumar a vida juntos.Disse que um dia vai devolver tudo que tirou de voce. Nós sabemos que isso nunca vai acontecer.
- Peço perdão, Maria. Peço perdão pelo meu pai. Jamais pensei que ele fosse capaz de uma traição desta.
Maria mais uma vez respirou fundo.
Ficou de pé. Abraçou o enteado e pediu que ele não se preocupasse, ela estava bem, mas, por hora precisava ficar sozinha para avaliar toda a extensão do estrago material causados por eles.
Agradeceu os sentimentos do rapaz, e assim que ele saiu, trocou de roupa, pegou uma caixa de jóias, ligou para seu advogado e marcou de encontra-lo no banco, onde descobriu que suas contas estava limpas.
Relatou todo ocorrido a Alfredo, o advogado, e entregou-lhe a caixa de jóias dizendo:
-Aqui esta tudo o que tenho por hora. Tudo isso para voce colocar o canalha na cadeia e tirar-lhe tudo o que ele roubou de mim. Não vai ser dificil, pois, o carro que dei para Joana e o apto da praia estavam em meu nome. Nunca dei procuração nem assinei venda alguma, portanto, eles devem ter falsificado minha assinatura. Não sei como ele limpou minhas contas, mas quero um relatório do banco quanto a saida do dinheiro, dia hora, em qual banco, filmagens se tiver, tudo o que voce puder levantar. Contrate um investigador, vasculhe tudo. O canalha só não vendeu minha casa e o sitio por causa do usufruto que deixei gravado para minha mãe, que ainda esta viva. Ainda bem que fiz isso, parece que eu havia pressentido coisa ruim no ar.
- E quanto a Joana?
- Joana é minha filha, infelizmente. Se colocar ela na prisão meu filho e meu ex-marido não vão me perdoar. Por isso, dela, nem quero ouvir falar o nome, só tire tudo dela, se precisar entrar com ação de restituição, por fraude, faça-o, mas contra ela não instaure inquérito policial nem ação penal.
Alfredo, após ter anotado tudo, devolveu a caixa de jóia para Maria dizendo não ser necessário o pagamento pelo trabalho, pois, durante todos estes anos, sempre foi mais que um advogado, sempre foi um amigo. E, se houver alguém a fazer mal para tão nobre amiga, ele sempre será o primeiro a querer defende-la. Além disso, jamais gostou de Charles. Colocá-lo na cadeia será mais que um trabalho, será um prazer.
Já havia passado uma semana. Cada vez que o telefone tocava, Maria parece pronta a ter um enfarte. Quem seria.. tão tarde?
Era Alfredo, o advogado.
- Maria, encontrei Charles, alias, fui encontrado por Charles. Ele acabou de sair daqui.
E continuou:
- Não sei se a noticia é boa ou ruim. Charles esteve aqui, esta arrazado. Joana sumiu, e com ela, sumiu todo o dinheiro que Charles tomou de voce.
Maria começou a rir. A gargalhada preenchia os comodos vazios da casa.
- Não diga mais nada Alfredo. Já estou feliz com a notícia que voce acaba de me dar. Não quero mais ouvir falar de Charles ou de Joana. O canalha já recebeu da vida o que merece.
- O que voce esta fazendo agora? Perguntou Maria.
- Nada, respondeu Alfredo, porque ? Voce quer que eu vá até sua casa?
- Vamos comemorar? convidou Maria.
Alfredo e Maria a partir daquele dia, podiam ser visto sempre juntos na noite Paulista.
Alguns podiam jurar que eram mais que amigos, mas ninguém até hoje sabe afirmar com certeza. E quanto a Charles e Joana?
Charles trabalha em uma loja no Bras e mora em uma pensão no Centro da cidade. Maria tratou de esquecê-lo.
Joana, segundo algumas amigas, achou que havia ficado rica e foi tirar férias em Las Vegas, de lá só voltou com o dinheiro da passagem. Hoje trabalha em uma lanchonete na praia de Peruibe, litoral sul.
Nunca mais procurou a mãe.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Passou o turbilhão
ilusão da tristeza na alma
do instantes de raiva
ao pranto que acalma

A luz ao raiar do dia
alivia instantes de dor
pois, a noite na dor é vigilia
o dia aquece o amor

a dor esvairida na luz
refaz a esperança perdida
a fé a tristeza reduz
a menina sorri para a vida

        Parece que recebi um soco na cabeça, busco equilibrar a sensação, controlando minha voz. Meus pés formigam à vontade de mover-lhes e...