sexta-feira, 29 de maio de 2009

Saltei de uma ambiente a outro à velocidade que as palavras foram surgindo. A medida que meus ouvidos captavam-na minha mente feito um flash-back me levou as profundas aguas daquele rio, imediatamente minha respiração pareceu retroceder a ofegante agonia dos malditos minutos que pareciam horas.
Estremeci.
Andrea havia avisado que a leitura da mensagem mediunica requereria de mim preparo, não imaginei o quanto.
As palavras de minha mulher, que morreu afogada que há alguns meses, me levaram de volta ao momento do afogamento. Olho para os lados e só vejo água, não respiro, minha mente parece dominada. Me debato procurando um apoio. Como será que consegui me salvar naquele dia.
A pergunta parece latejar na minha cabeça.
Porque preciso saber disso?
Tento lembrar, mas as águas parecem fogo na minha garganta. Tudo arde dentro de mim.
Como consegui me salvar e Helena morreu? Como?
Mais uma vez tento respirar. Engasgo, as aguas inundam meu pulmão. Me debato para emergir, tento fugir deste transe. Tento lembrar.
Lembrei!
Respiro fundo. O ar parece ter voltado aos meu pulmões.
Lembrei!
Eu morri naquele dia.

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        Parece que recebi um soco na cabeça, busco equilibrar a sensação, controlando minha voz. Meus pés formigam à vontade de mover-lhes e...