terça-feira, 15 de outubro de 2019









A caminho da audiência me sentia tranquila, reli com atenção a petição preparando-me para a instrução.
Muitas vezes demoro dias fazendo a petição, mas, a demora do judiciário na marcação da audiência me distancia tanto do que eu mesma escrevi, que as vezes me surpreendo ao reler a petição, e desta vez não foi de outro modo.
A base do pedido dependia de prova testemunhal, e tremi nas bases quando uma das testemunhas não veio e a única testemunha que tínhamos poderia ser contraditada, pois, minha cliente fora testemunha deste em outra reclamação.
Enquanto aguardávamos, ouvia o Advogado adverso chamar o nome da empresa e ficou andando de um lado para o outro, até que se apresentou e acenou com proposta de acordo.
Ainda, que grosso modo, houvesse uma oportunidade de revelia da empresa, pois, restavam cinco minutos para o início da audiência, obviamente, minha bola de cristal indicava que até o último segundo tudo poderia acontecer. Assim, elevando o valor do acordo para o dobro do ofertado, aceitamos, assim evitaríamos o risco de nossa única testemunha ser contraditada e perder a ação.
Tudo bem resolvido, findava, a princípio, o dia de trabalho, mas, ao sairmos ficamos sentados na sala de espera conversando. Minha colega Advogada, a cliente e a testemunha. O clima, a conversa genérica, a troca de pequenos fatos e histórias transformou o momento, e que se estendeu a caminho do restaurante da esquina e da carona até o metro, quando nos despedimos da testemunha, e seguimos as três juntas no metro.
O dia foi excelente! Mês que vem  cai na conta o valor do acordo.

        Parece que recebi um soco na cabeça, busco equilibrar a sensação, controlando minha voz. Meus pés formigam à vontade de mover-lhes e...