A caminho da audiência me sentia
tranquila, reli com atenção a petição preparando-me para a instrução.
Muitas vezes demoro dias fazendo
a petição, mas, a demora do judiciário na marcação da audiência me distancia tanto
do que eu mesma escrevi, que as vezes me surpreendo ao reler a petição, e desta
vez não foi de outro modo.
A base do pedido dependia de
prova testemunhal, e tremi nas bases quando uma das testemunhas não veio e a
única testemunha que tínhamos poderia ser contraditada, pois, minha cliente fora
testemunha deste em outra reclamação.
Enquanto aguardávamos, ouvia o
Advogado adverso chamar o nome da empresa e ficou andando de um lado para o
outro, até que se apresentou e acenou com proposta de acordo.
Ainda, que grosso modo, houvesse
uma oportunidade de revelia da empresa, pois, restavam cinco minutos para o início
da audiência, obviamente, minha bola de cristal indicava que até o último
segundo tudo poderia acontecer. Assim, elevando o valor do acordo para o dobro
do ofertado, aceitamos, assim evitaríamos o risco de nossa única testemunha ser
contraditada e perder a ação.
Tudo bem resolvido, findava, a
princípio, o dia de trabalho, mas, ao sairmos ficamos sentados na sala de
espera conversando. Minha colega Advogada, a cliente e a testemunha. O clima, a
conversa genérica, a troca de pequenos fatos e histórias transformou o momento,
e que se estendeu a caminho do restaurante da esquina e da carona até o metro,
quando nos despedimos da testemunha, e seguimos as três juntas no metro.
O dia foi excelente! Mês que vem cai na conta o valor do acordo.