quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Olhos azuis espreitam através da folha da janela
respirando vagarosamente, aguardando o momento adequado
Eis que a pequena Senhora, com bolsa a tiracolo se aproxima,
num solavanco ele lhe agarra!
- Oi vovó vai passear?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Foi um grande tombo, tudo parecia girar não havia percebido o pequeno degrau
pior não foi a dor da queda mas os hematomas que se seguiram

Levanta cuidadosamente, a pressa pode derrubar mais que a intenção
suavemente vai se recompondo, de vez enquando uma dor, nada tão intenso
que o tempo não amenize.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ingratidão na vida aurea
primeira vez reflete dor
imperfeição também prevista
outras vezes não tem valor

saber tudo não valora
o pouco saber merece labor
reflete sabedoria nos atos
minora ignorancia no amor

Talves jamais haja reflexão
na ardua destruição insana
porém refazer  investida
acende, malgrada, inflama

aquieta anos vindouros
enche de amor a pança
mas não esquece nunca do dia
da mão, da força, da lança

a natureza reserva mudança
experiença minora imprevisão
as vezes devolve a lança
nas mãos de uma paixão

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Gravidez

Hoje a caminho de uma audiencia observava no vagão  uma moça gravida negando o gesto fraterno de um senhor que teimava dar-lhe o lugar embora ela não quisesse aceitar.
Minhas costelas reagiram à visão daquela enorme barriga, como a lembrar-se das sensações de outrora. Não que fossem dores horriveis, mas, uma sensação as vezes incomoda e ao mesmo tempo reconfortante, na verdade uma mistura enorme de sentimentos e sensações, uma felicidade as vezes dolorida, pelos pequenos empurroões nas costelas e no corpo, refletidos sob a pele.
É a espantosa mãe natureza que faz vida, permitindo um corpo gerar outro corpo.
Sensações que não se pode medir,  tudo envolto na ansiedade de saber o resultado final: menino ou menina?
É uma época maravilhosa de se viver. É o tempo de ser o centro das atenções entre amigos e familiares, das conversas sobre o bebe, enxoval, escolha de nomes. É o tempo que pessoas estranhas voltam-se com o olhar terno e ao mesmo tempo respeitoso.
Um tempo em que o corpo e os sentimentos se transformam e se moldam à chegada do pequeno ser.
Um tempo que não se acaba, mas, que se transforma e se guarda, para de tempos e tempos ser lembrado, enternecendo-nos mais uma vez.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Vedes criatura o quão sofridos são os sentimentos que envolte-te n'alma,
as vezes pelos inimaginaveis seres d'outro mundo que insistes desconhecer nas lições contidas,
outras vezes pelas duras palavras do amor que tu devolvestes ao mundo sem que ele quisesse,
outras tantas pela realidade imponente das obrigações do mundo.
Será que o sofrimento tem origem nos extrospectos da própria vida ou no introspecto de ti mesma.
Consegues olhar para dentro de si e reconhecer a fonte?
São as duras palavras daquele que emocionam ao sofrimento ou é a visão de ti mesma reconhecida nelas ou insistirá nas desculpas dos discursos que proclamas para convencer-te?
Não nega a ti mesmo que as inconsequentes atitudes no afã de provar a si mesma que "podes"te leva a descobrir que podendo tu perderás aquilo que tinhas e jamais terás de novo.

        Parece que recebi um soco na cabeça, busco equilibrar a sensação, controlando minha voz. Meus pés formigam à vontade de mover-lhes e...